5 de fevereiro de 2013

REFLEXÕES:A Ilusão da Solidariedade Humana

A Ilusão da Solidariedade Humana

Moradores de ruas. Esta é a realidade vista todos os dias no centro da cidade de Campinas; e em muitas cidades do país. Pessoas jovens e idosas, com grandes e tristes histórias de vida, abandonadas pela sociedade em situações tiranas de sobrevivência. Incríveis criaturas, com o cérebro mais bem desenvolvido entre todos os animais do ecossistema; largados à margem da esperança de uma vida digna. Presos entre a vida selvagem dos outros animais e a vida civilizada da população humana, sem poderem ir nem para um lado nem para outro.

Fotógrafo(a): Juliana Martins
Centro da Cidade de Campinas
Nós que passamos por essas pessoas todos os dias em nossos horários corridos para o trabalho, escola ou cinema, conseguimos parar um momento para pensar o que essas pessoas poderiam se tornar se alguém lhes desse uma única oportunidade de entrar na sociedade humana? Engenheiros?Professores?Sorveteiros?Advogados?Empresários?

Muitos nasceram nas ruas, outros foram para as ruas por algum motivo. Mas com certeza para a grande maioria esse não era o destino desejado para si mesmos.

Viver em sociedade é viver em harmonia com os indivíduos que a compõem e cooperar nas atividades que contribuem para a existência desta sociedade. A sociedade humana se tornou capitalista, e para até mesmo sobreviver devemos entrar nesta dança para comprarmos nosso próprio alimento e conquistarmos um espaço como nosso lar.

Mas e para as pessoas que não conseguiram por algum motivo ter essa chance? São descartadas nas ruas como se não existissem. Durante 15 minutos em que observei
este morador de rua dormindo praticamente no meio da calçada eu vi dezenas de pessoas passarem por ele,  e até mesmo desviarem dele sem nem ao menos olhar para baixo, ou parar para oferecer ajuda, comida, água.

Reparem que este morador de rua está ao lado de uma lanchonete. Achei muito irônico que os outros animais, na natureza, apesar de precisarem caçar para se alimentar, eles tem acesso à essa possibilidade sem restrição de posição social. E nós, humanos, deixamos que nossos iguais sofram de desidratação e desnutrição na sarjeta, com tanta indiferença que já se tornou normal ver esta atrocidade com simplicidade todos os dias. Há mais de 1Kg de água de coco ao lado deste morador, e ele não pode pegar para matar sua sede, acabar com sua desidratação, porque não poder pagar, simplesmente.

Fotógrafo(a): Juliana Martins
Centro da Cidade de Campinas
Neste momento reflito onde estará a solidariedade humana tão defendida e falada pela maioria?  Entendo que algumas pessoas sintam medo, talvez, de se aproximarem de um estranho, afinal nunca sabemos como a outra pessoa reagirá com a nossa aproximação, mas nem ao menos cogitar ajudar?Nem ao menos olhar e pensar no que poderia ser feito para melhorar esta situação? Isto, meus caros, é uma situação de deixar qualquer um perplexo.

Paremos um momento para refletir sobre o outro. Parem um momento de pensar no programa de TV que está atrasado para assistir, ou o ônibus que precisa pegar, só por um instante saiam do egocentrismo e olhem para o lado; vejam que como este morador de rua existem muitas pessoas que precisam da sua ajuda, e que apenas um gesto de solidariedade pode mudar o dia destas pessoas.

Coloquem- se no lugar deles por um momento, sintam a escuridão e falta de esperança que vive na mente deles, a humilhação como pessoa que eles sentem por não terem onde dormir, onde se lavar, não terem nem mesmo o que comer. Não terem água limpa. Agora imagem a grande diferença que faria na mente e na vida destas pessoas se ao menos um único indivíduo parasse toda a sua rotina apenas para lhe oferecer um bom almoço e água limpa para beber? Imagine a grande diferença que você, empresário, faria na existência e no futuro destas pessoas se lhes oferecesse uma chance de voltar à sociedade? Um simples gesto, que faz toda a diferença!

Autor(a): Juliana S. Martins
Imagens: Juliana S. Martins












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