15 de janeiro de 2013

Biografias


J. R. R. Tolkien
O Senhor do Anel



INFÂNCIA

John Ronald Reuel Tolkien nasceu em Bloemfontein, na República do Estado Livre de Orange, atual África do Sul. Aos três anos parte com a sua mãe, Mabel Suffield, dona de casa, e com o seu irmão, Hilary Arthur Reuel Tolkien, para a Inglaterra, onde pretendiam passar apenas uma temporada devido a questões de saúde de Mabel e dos seus filhos, mas devido à morte de seu pai, eles ali permaneceram por toda a vida. O pai, Arthur Tolkien, um bancário que trabalhava para o Bank of Africa, contraiu febre reumática e morreu em 1896 no Estado Livre de Orange, antes de juntar-se à família, e foi enterrado na própria África. Em 1900 a situação financeira da família complicou-se. Mabel Suffield fazia parte da Igreja
Anglicana, e quando tornou-se católica, sua família cortou a ajuda financeira que lhe dava, e assim ela morreu, por diabetes, sem tratamento na época. Tolkien, que considerava esse fato um sacrifício da mãe em nome da fé, converteu-se ao Catolicismo, religião na qual permaneceu até o fim da vida, tornando-se um católico fervoroso.
Tolkien e seu irmão foram entregues então aos cuidados do Padre jesuíta Francis Xavier Morgan, que Tolkien mais tarde descreveu como um segundo pai, e aquele que lhe ensinara o significado da caridade e do perdão.
     Em 1900, sua mãe abraçou a religião católica, fato que o influenciou profundamente, mesmo sem a menção direta de Deus na sua obra (Tolkien representa Deus por Eru, o qual cria todo universo e os seres que lá habitam). Tolkien disse que os mitos não-cristãos guardavam em si elementos do Grande Mito, o Evangelho, que adentraram o Mundo Primário, isto é, o mundo real, fato este que não vai contra a Igreja Católica.
     Sua mãe Mabel apresentou a ele e a seu irmão os contos de fadas em línguas como o latim e o grego. Desde a morte da mãe, quando os irmãos passaram aos cuidados de Francis Morgan, o rapaz dedicou-se aos estudos demonstrando grande talento lingüístico. Estudou grego, latim, línguas antigas e modernas, como o finlandês, que serviu de base para criação do idioma élfico Quenya e o galês, base para o outro idioma élfico, o Sindarin. Em 1905 os órfãos mudaram-se para a casa de uma tia em Birmingham. Em 1908 deu início à carreira acadêmica, ingressando no Exeter College, da Universidade de Oxford.

CASAMENTO E FILHOS
    Conheceu Edith Bratt em 1908, quando ele e seu irmão Hilary foram alojados no mesmo local que a jovem, três anos mais velha, e os dois começam a namorar escondido. Entretanto, seu tutor, o Padre Francis Morgan, descobriu a situação e, acreditando que este relacionamento fosse prejudicar a educação do rapaz, proibiu-o de vê-la até que completasse vinte e um anos, quando Tolkien alcançaria a maioridade. Na noite do seu vigésimo primeiro aniversário, Tolkien escreveu a Edith, e convenceu-a a casar-se com ele, apesar de ela já estar comprometida, e também converteu-a ao catolicismo. Juntos eles tiveram quatro filhos: John Francis Reuel Tolkien (1917–2003), Michael Hilary Reuel Tolkien (1920-1984), Christopher John Reuel Tolkien (1924-) e Priscilla Anne Reuel Tolkien (1929-).
     Em 1914, ano em que começou a Primeira Guerra Mundial, Tolkien ficou noivo de Edith Bratt. No ano seguinte, recebeu com honras o diploma de licenciatura em Literatura de Língua Inglesa. A graduação e os méritos não o libertaram da convocação e em 1916, depois de casar-se com Edith Bratt, foi chamado à guerra. Tolkien sobreviveu à Batalha do Somme (província de Soma), uma mal-sucedida incursão na França/Bélgica onde morreram mais de 500 mil combatentes. Em 1917 nasceu o seu primeiro filho, John Francis Reuel Tolkien (mais tarde padre John Tolkien) e no ano seguinte, depois de contrair tifo, J.R.R.Tolkien foi enviado de volta à Inglaterra. Foi neste período que iniciou o Livro dos Contos Perdidos (The Book of Lost Tales), que mais tarde converteu-se em O Silmarillion, em 1919 quando ele retornou a Oxford.
      Tolkien era um pai dedicado. Essa característica mostrava-se bastante clara nos livros, muitas vezes escritos para seus filhos, como Roverandom, escrito quando um deles perdeu um cachorrinho de brinquedo na praia. Além disso, Tolkien mandava todos os anos cartas do Papai Noel quando os filhos eram mais jovens. Havia mais e mais personagens a cada ano, como o Urso Polar, o ajudante do Papai Noel, o Boneco de Neve, Ilbereth (um nome semelhante ao da rainha Elbereth, a Valië), sua secretária, e vários outros personagens menores. A maioria deles contava como estavam as coisas no Pólo Norte. Mestre Gil de Ham foi, outrossim, uma história contada para entreter os filhos.

ESTUDOS E CRIAÇÃO DE IDIOMAS
    Tolkien era um homem apaixonado por idiomas. Quando criança se encantava com nomes galeses que via nos caminhões de carvão. Com suas primas aprendeu rapidamente uma língua artificial e bem simples criadas pelas garotas, chamada Animálico, com base nos nomes de animais. Juntos criaram outra língua, uma mistura de vários outros idiomas. Chamava-se Nevbosh, traduzido como Novo Disparate. Mais tarde criou o Naffarin, mais complexa e baseada na língua de seu tutor padre Francis Morgan: o espanhol. A língua finlandesa e galesa foram base para as línguas que mais tarde apareceriam em seus livros.
    Tolkien, em Dezembro de 1910, tornou-se aluno do curso de literatura clássica na Universidade de Oxford, onde obteve uma bolsa de estudos do Exeter College, mas desinteressou-se por este curso e começou a gastar mais tempo no estudos de filologia, sendo orientado por Joseph Wright, um dos grandes pesquisadores britânicos desta ciência e grande conhecedor do tronco linguístico indo-europeu. Pediu transferência para a Honour School of English Language and Literature, onde teve um notável melhora devido ao seu interesse pela filologia germânica.

MORTE E HOMENAGEM
No dia 28 de Agosto de 1973 Tolkien sentiu-se mal durante uma festa, e na manhã do outro dia foi internado, com úlcera e hemorragia. No sábado descobriu-se uma infecção no peito.
Aos 81 anos de idade, então, nas primeiras horas do domingo de 2 de Setembro de 1973, J. R. R. Tolkien morre na Inglaterra. Enterrado junto com a esposa (já com a inscrição de Lúthien abaixo de seu nome), no Cemitério de Wolvercote. No túmulo feito de granito da Cornualha,  há a inscrição Beren abaixo do seu nome.

CURIOSIDADES !
• Tolkien era amigo de longa data de C.S. Lewis( autor de As Crônicas de Nárnia) onde participavam de grupos de literatura como o “Tea Club, Barrowian Society”, “ The Coalbiters “ e “ The Inklings”
• Conhecia cerca de dezesseis outros idiomas (à excepção dos criados por ele mesmo) que eram os seguintes: grego antigo, latim, gótico, islandês antigo, sueco, norueguês, dinamarquês, anglo-saxão, médio inglês, alemão, neerlandês, francês, espanhol, italiano, galês e finlandês.
•  Lúthien (elfa) é uma personagem de "O Silmarillion" inspirada na esposa de Tolkien
• Em 1972 se tornou  Sir John Ronald Reuel Tolkien,  uma das maiores honras britânicas.
• Sobre o túmulo de sua esposa , abaixo do seu verdadeiro nome, está escrito o nome “Lúthien” e abaixo do nome de Tolkien, em seu túmulo, está escrito “Beren”;  personagens do livro “ O Silmarillion”.
• Em 1992, ano em que Tolkien completaria 100 anos, duas árvores foram plantadas em seu tributo; essas duas árvores fazem alusão às Duas Árvores de Valinor, que davam luz a Valinor nos Dias Antigos
• Começou a criar o livro “O Hobbit” depois que” um dos alunos deixou uma das páginas em branco – possivelmente a melhor coisa que poderia ocorrer a um examinador – e eu escrevi nela: Em um buraco no chão vivia um hobbit, não sabia e não sei por quê.”

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